quinta-feira, janeiro 15, 2004
Estamos com falta de clientes!
Nos últimos tempos têm vindo a lume os resultados de "estudos", com origem nas mais variadas proveniências, que nos dão, a nós portugueses em geral, como os mais gordos, os mais burros, os mais bêbados, os piores condutores, os maiores calões, etc, etc, etc.(1)
Ficamos agora a saber que somos também -- neste caso entenda-se nós, homens -- os mais eficazes violadores em todo o universo. É que, aparentemente, basta-nos a argumentação verbal para conseguir os nossos sórdidos intentos, não precisamos sequer, na maioria dos casos, de recorrer à sempre incómoda coacção física(2). Apesar de tudo, somos cavalheiros...
Vem dizer-nos a psicóloga clínica Fátima Gameiro, na sua tese de mestrado intitulada "Relações sexuais forçadas em estudantes universitários", que "São 27 por cento as estudantes universitárias que afirmam ter sido vítimas de 'relações sexuais forçadas', uma categoria que inclui a coacção sexual (experiências sexuais na sequência de argumentos verbais ou posição de autoridade - 13,3 por cento), os contactos indesejados (o que inclui beijos e carícias - 6,8 por cento), a tentativa de violação (três por cento) e a violação (3,8)".
Diz Fátima Gameiro, mais à frente na sua tese, que "Da totalidade das vítimas, só 28 por cento pediram ajuda e o tipo de auxílio mais procurado foi um amigo". Um amigo... imagine-se! Tanto profissional desocupado e recorrem a amigos...
Se das tais "837 alunas de sete instituições de ensino superior", 27% "afirmam ter sido vítimas de 'relações sexuais forçadas'", e destas apenas 28% pediram ajuda, resulta que só pediram ajuda 0,756% das inquiridas. Portanto, das 225 "vítimas" entre as 837 alunas, apenas 63 pediram ajuda.
Bingo!!! Se mesmo considerando apenas estes valores já estamos perante um mercado potencial muito tentador, quando atentamos a que destas 63 apenas uma parte - a autora não nos diz, infelizmente, qual - recorreu a ajuda profissional, o limite é o céu!
Que fazer então? Um simpósio, pois claro! Nada como um simpósio - só o nome já impõe respeito - a ter lugar num local respeitável para gerar um monte de publicidade, ainda por cima gratuita, ao serviço. Com muitos títulos nos jornais e muitas entrevistas nos telejornais. E sobretudo sem correr o risco de algum jornalista se lembrar de perguntar pela ficha técnica do tal inquérito.
Agora é só esperar pelas marcações para as consultas.
(1) Tudo isto logo a seguir aos americanos, claro. Os americanos tornaram-se o ódio de estimação das redações dos nossos media, e não só, mas a este assunto voltarei noutra altura
(2) Este facto também não é muito elogioso para as mulheres, que no meu entender deveriam talvez, sei lá, opor um pouco mais de resistência.
Ficamos agora a saber que somos também -- neste caso entenda-se nós, homens -- os mais eficazes violadores em todo o universo. É que, aparentemente, basta-nos a argumentação verbal para conseguir os nossos sórdidos intentos, não precisamos sequer, na maioria dos casos, de recorrer à sempre incómoda coacção física(2). Apesar de tudo, somos cavalheiros...
Vem dizer-nos a psicóloga clínica Fátima Gameiro, na sua tese de mestrado intitulada "Relações sexuais forçadas em estudantes universitários", que "São 27 por cento as estudantes universitárias que afirmam ter sido vítimas de 'relações sexuais forçadas', uma categoria que inclui a coacção sexual (experiências sexuais na sequência de argumentos verbais ou posição de autoridade - 13,3 por cento), os contactos indesejados (o que inclui beijos e carícias - 6,8 por cento), a tentativa de violação (três por cento) e a violação (3,8)".
Diz Fátima Gameiro, mais à frente na sua tese, que "Da totalidade das vítimas, só 28 por cento pediram ajuda e o tipo de auxílio mais procurado foi um amigo". Um amigo... imagine-se! Tanto profissional desocupado e recorrem a amigos...
Se das tais "837 alunas de sete instituições de ensino superior", 27% "afirmam ter sido vítimas de 'relações sexuais forçadas'", e destas apenas 28% pediram ajuda, resulta que só pediram ajuda 0,756% das inquiridas. Portanto, das 225 "vítimas" entre as 837 alunas, apenas 63 pediram ajuda.
Bingo!!! Se mesmo considerando apenas estes valores já estamos perante um mercado potencial muito tentador, quando atentamos a que destas 63 apenas uma parte - a autora não nos diz, infelizmente, qual - recorreu a ajuda profissional, o limite é o céu!
Que fazer então? Um simpósio, pois claro! Nada como um simpósio - só o nome já impõe respeito - a ter lugar num local respeitável para gerar um monte de publicidade, ainda por cima gratuita, ao serviço. Com muitos títulos nos jornais e muitas entrevistas nos telejornais. E sobretudo sem correr o risco de algum jornalista se lembrar de perguntar pela ficha técnica do tal inquérito.
Agora é só esperar pelas marcações para as consultas.
(1) Tudo isto logo a seguir aos americanos, claro. Os americanos tornaram-se o ódio de estimação das redações dos nossos media, e não só, mas a este assunto voltarei noutra altura
(2) Este facto também não é muito elogioso para as mulheres, que no meu entender deveriam talvez, sei lá, opor um pouco mais de resistência.