quarta-feira, junho 30, 2004

Oh boy...

Vejo Vital Moreira na SIC a comentar a situação política nacional e não consigo deixar de pensar no que será que vai escrever no Causa Nossa, no seguimento dos seus comentários da semana passada às "declarações" de Paul Bremer, acerca desta "notícia" do The Onion:
"In a historic decision with major implications for the future of U.S. participatory democracy, the Supreme Court ruled 8-1 Monday that the American people are unfit to govern."
Eh,eh,eh.

segunda-feira, junho 28, 2004

E o prémio para o objecto mais inútil do século vai para...

... uma prancha de surf com Internet.

PS — Acabei agora mesmo de ver uma no Euronews.

"Ninguém me liga..." ou "Sinto-me como o Calimero"

Ao contrário daquela senhora arquitecta do PS e da outra senhora doutora recentemante medalhada pelo ex-secretário-geral do PS, que receberam dezenas, eu não recebi nem um SMS a "convocar-me" para a manif de ontem em Belém.

domingo, junho 27, 2004

Os etceteras

Se, como parece agora ser moda dizer-se por aí, os eleitores votam, em eleições legislativas, num líder partidário para primeiro-ministro e não numa lista de candidatos a deputados comprometidos com um programa eleitoral, então:
. ser "apenas" deputado é uma espécie de prémio de consolação ou um mal necessário?
. não se sentem os eleitores que votaram BE defraudados sempre que o dr. Louçã é substituído na AR pelo outro senhor — também de óculos mas mais gordinho — com um ar menos irritantemente professoral mas mais irritantemente dirigente operário?

Aplicando o mesmo critério às eleições para o Parlamento Europeu:
. não deveria o dr. Ferro andar já por Bruxelas à procura de casa — de preferência com um quintal para o Gastão?
. como se sentirão a dra. Ana Gomes e o dr. Costa agora que sabem que, afinal de contas, e ao contrário do que julgavam, não passam de "mais um" na lista dos "etc"?

sábado, junho 26, 2004

António Guterres, versão hardcore

Foto Oficial do Primeiro-Ministro

Liga dos amigos da Teixeira Duarte, S. A. (ii)

O nosso 1º Durão Barroso, no debate mensal na Assembleia da República que teve lugar a 27 de Fevereiro de 2003 afirmou:
"É este mesmo objectivo de uma Justiça "amiga da Economia" que nos leva a confirmar o compromisso de próxima aprovação do novo Código de Falências e de Recuperação de Empresas."
Celeste Cardona, a 15 de Dezembro de 2003, terminou o discurso proferido por ocasião da assinatura do Protocolo para as Penhoras Electrónicas de Saldos Bancários com a frase
"Porque a Justiça, como costumo dizer, tem de ser amiga da economia"
Já esta semana, repetiu esta sua profissão de fé ao Diário Económico:
"A Justiça tem de ser amiga da Economia"
Vai daí, numa inequívoca prova do seu empenho nesta amizade, o Ministério da Justiça, que é amigo da Economia, recorde-se, juntou 66 milhões de euros — nossos, contribuintes — à Teixeira Duarte, S.A. — deles, accionistas — e contra o bom senso, o PDM e os habitantes de Caxias lá vai crescendo a Cidade Judiciária.

Tanta "amizade" junta, apesar dos comunicados informativo-técnico-apaziguadores — tipo uma no cravo, outra na ferradura — da Câmara Municipal de Oeiras, tendentes a evitar a eventual perda de votos no PSD em próximas eleições, só podia mesmo acabar mal...

P.S.: Clique para ler "Liga dos amigos da Teixeira Duarte, S.A."

Pássaros madrugadores

Acabo de descobrir, para minha grande felicidade, que não sou o único internauta com horário de galinha.

Bom dia pois a 81.84.33.109 (a81-84-33-109.netcabo.pt), que aqui veio às 04:31:32 AM, via Gasolim Ultramarino, e a 138.89.26.132 (pool-138-89-26-132.nwrk.east.verizon.net), que aqui veio às 04:46:38 AM, via Desesperada Esperança

Deitar cedo e cedo erguer dá saúde e faz crescer.

domingo, junho 20, 2004

O submarino

Lê-se no Causa Nossa, inserido por VM, num post com o título "O 10 de Junho nas comunidades portuguesas no estrangeiro":
«Sendo as comemorações do Dia Nacional de responsabilidade da Presidência da Republica, fomos, no passado, habituados a receber a visita de escritores, músicos, artistas, etc. A organização das comemorações pagava uma parte das despesas e a comunidade interessada desembolsava o restante. Nesse dia também se distribuíam livros, discos e outros documentos divulgadores da nossa cultura. Era um dia em se que celebrava uma certa ideia de Portugal. Com a chegada ao poder da coligação PSD/CDS, tudo se alterou. Em vez de gente ligada à cultura, vêm-nos visitar políticos da coligação. No Brasil (Brasília, Rio de Janeiro e S. Paulo) o deputado do PSD Eduardo Neves Moreira marcou forte presença. No Canadá (Montreal), a deputada do PSD Manuela Aguiar e em Toronto, o ministro Marques Mendes! O 10 de Junho, Dia de Camões e das Comunidades Portuguesas passou a ser uma ocasião de propaganda de um dos partidos governamentais. E é esta Direita que procura sempre acusar a Esquerda de querer politizar as comemorações nacionais...» (AM, Canadá)
Se, como AM diz e VM insere, as comemorações são da "responsabilidade da Presidência da República", e se "com a chegada ao poder da coligação PSD/CDS tudo se alterou", então o ex-secretário-geral do PS mais não é que um "submarino" da coligação, acostado em Belém e apostado em acabar com a distribuição de "documentos divulgadores da nossa cultura" e com a celebração de "uma certa ideia de Portugal".

Uma certa ideia de Portugal?


sábado, junho 19, 2004

Quem diz BBC diz...

Estive a ler um artigo de Tom Gross na National Review Online, acerca da informação — ou da ausência dela — na BBC.

Pouco mais de meia dúzia de linhas bastaram para me deixar um pouco perdido — já não sabia muito bem se aquilo era sobre a BBC ou sobre a TSF.

Um exemplo:
Some of the foreign BBC staff are quite open about their sympathies for Hamas. The senior BBC Arabic Service correspondent in the Gaza Strip, Fayad Abu Shamala, told a Hamas rally on May 6, 2001, (attended by the then Hamas leader Sheikh Ahmed Yassin) that journalists and media organizations in Gaza, including the BBC, are "waging the campaign [of resistance/terror against Israel] shoulder-to-shoulder together with the Palestinian people."
Agora troquem BBC por TSF e Fayad Abu Shamala por José Goulão e digam-me que não tinha razão para estar um bocado confundido.

Já estava achar que era muita eficiência junta

Ouvi na Sky News ontem ao princípio da noite que Garry Man, o hooligan leader inglês de 47 anos, bombeiro ocasional, condenado por motim pelo Tribunal de Albufeira a dois anos de prisão, está de volta à Grã-Bretanha e que, segundo um porta-voz do Foreign Office, não vai ter de cumprir a pena a que foi condenado, uma vez que não existe qualquer enquadramento legal que permita fazê-lo.

A Sky News cita também um dos polícias ingleses que acompanham os seus colegas portugueses durante o Euro como tendo afirmado
"We may as well all pack up and go home"
Também me parece.

Modificações

Fiz uma alterações na lista dos links aqui ao lado. Passava a vida a clicar, debalde, o d'O Comprometido Espectador...

sexta-feira, junho 18, 2004

Vi a luz

Não sou muito dado a estas coisa da "bola".

Na realidade, o futebol e o seu pequeño mundo não me dizem nem muito nem pouco — é mais nada. Mas dos meus poucos anos nos US of A ficou-me o gosto pelo futebol americano e, principalmente, pelo baseball, de que não vejo um jogo desde que a NBC, que transmitia, no cabo, uns joguitos ao Sábado, se travestiu de MSNBC, uma seca sem descrição possível dedicada à informação económica.

Mas voltando ao assunto que aqui me trouxe, ouvi ontem na TSF que alguém, de nacionalidade espanhola, de alguma forma ligado a estas coisas, teria dito que temia que a arbitragem do jogo entre a selecção portuguesa de futebol e a espanhola favorecesse a equipa do país organizador, a portuguesa, no caso vertente. Até porque, ao que parece, a selecção espanhola já teria sofrido as consequências deste tipo de atitude num outro campeonato qualquer (Coreia, creio).

Agora percebo porquê a Espanha, conhecedora que aparenta ser desta tramóia, queria tanto organizar o Europeu de 2004...

quinta-feira, junho 17, 2004

Tudo na vida tem um fim

Luciano Amaral acabou com "O Comprometido Espectador".

Junto aqui a minha voz à de todos quantos, como eu, lamentam a decisão e já lhe sentem a falta.

Felicidades em tudo o mais, Luciano.



terça-feira, junho 15, 2004

Pêlo do mesmo cão

Um senhor que escreve num suplemento do Diário de Notícias que dá pelo nome de Grande Reportagem (o suplemento, não o senhor), publicou uma crónica a que deu o título de "Nostalgia Atlântica". Diz:
"A Casa Branca tem vindo a executar o programa dos neoconservadores (abreviadamente neocons), facção extremista que se julga iluminada quanto ao destino da humanidade, substituindo o trdicional pragmatismo americano por um conjunto de dogmas a aplicar a outrance [...] De facto, a melhor forma de interpretar o termo neocons é à francesa: novos idiotas."
É giro, tem piada, que rica ideia...

Como o próprio diria, de facto, a melhor forma de interpretar a "rica ideia" é, a outrance, à portuguesa: idiota.

sábado, junho 12, 2004

A infelicidade dele

O dr. P. Santana Lopes demitiu o sub-intendente Almeida Rodrigues, Comandante da Polícia Municipal, por este ter caído na asneira de desaconselhar, de forma muito pouco politicamente correcta (PC), a Câmara Municipal de Lisboa a autorizar a organização da 6ª edição da Festa da Diversidade (?) e outros de arraiais populares no Intendente e Martim Moniz.

Mas, ao contrário do que poderá pensar, cheia de vento, uma organização (??) que dá pelo nome de SOS Racismo, não foi a sua ameaça de queixa à Comissão Para a Igualdade e Contra a Discriminação Racial (???) nem a sua "solicitação" aos partidos políticos com assento parlamentar para que se pronunciem sobre esta candente — digo eu — questão, que levou o presidente da CML a tomar aquela atitude.

Conforme declarações à TSF do presidente da Junta de Freguesia do Socorro, o que aconteceu foi que
"por infelicidade desse senhor, a mãe da Marisa mora na Mouraria [...] e apareceu aí à porta a chorar, com umas cem pessoas".
Já sabem pois o que fazer, doravante, todas as organizações PC que queiram ver demitido alguém cuja permanência no cargo dependa dos índices de popularidade do dr. Pedro S. L. — arrebanhem uns cem populares com aspecto convincente e coloquem, carpindo, a mãe da Marisa à cabeça do ajuntamento, à porta de uma qualquer Junta de Freguesia, que em vinte e quatro horas o sr. presidente resolve o problema.

A propósito, quem é a Marisa?

sexta-feira, junho 11, 2004

O Padeiro, o Bloco de Esquerda, o Homem da Toshiba e a Largura de Banda

[Logotipo do Bloco de Esquerda][Logotipo da Toshiba, anos 90]
Vem este post a propósito do padeiro que lhes bate forte no cartaz do BdE e do que "O Acidental", e não só, tem escrito a esse respeito.

O logotipo da esquerda (em todos os sentidos...) não necessita apresentação. O da direita foi o da Toshiba nos anos 90 — fotografado da capa do manual de um portátil que ainda hoje, passados que são uns anitos desde a sua aquisição, me continua a prestar mui bons e leais serviços.

Parecidos?

quinta-feira, junho 10, 2004

A evitar

A evitar, a zona de São Gião, na Serra da Estrela, entre 23 e 28 de Julho. Vai lá estar, no seu "1º Acampamento", "uma esquerda jovem, popular, plural, combativa e radical", "que procura uma globalização alternativa" e "a igualdade entre géneros".

"Um conjunto vasto se comissões acontecem em simultâneo. São espaços informais à sombra das árvores. Um/a companheir@ (*) faz uma exposição sobre o tema, a que se segue um debate. [...] sobre temas como «Ser marxista hoje» e «Palestina»"

Do programa constam ainda "momentos de cultura, descontracção e aprendizagem", que "vão do teatro à desobediência civil, passando pela reciclagem, escrita criativa e massagem".

Massagem? Hummm. Talvez passe por lá, afinal de contas...

(*) Não, o @ não é "gralha", é mesmo esta a grafologia do novíssimo PC — Politicamente Correcto.

Tremei!

Leio na Última Hora do Público:
José Luis Zapatero, António Guterres, e outros três líderes socialistas europeus subscreveram um documento ["Votar pela Europa Social"] no qual defendem a substituição do Pacto de Estabilidade e Crescimento por um "pacto de crescimento e do emprego".
O tenebroso quinteto de arruinadores de economias saudáveis — composto por François Hollande, primeiro-secretário do PS francês, Paul Rasmussen, presidente do Partido Socialista Europeu, Elio di Rupo, presidente do PS belga, António Guterres, presidente da Internacional Socialista, e José Luis Zapatero, primeiro-ministro e secretário-geral do PS espanhol — propõe a criação de
"um governo económico e social europeu, capaz de conduzir uma política orientada para o objectivo do pleno emprego".
A coisa, apesar de já suficientemente assustadora, parece não ficar por aqui, pois
Entre as propostas avançadas está ainda o aumento de formas de controlo dos trabalhadores sobre a transparência da gestão das empresas ou a criação de legislação sobre a responsabilidade social e ambiental das empresas.
"Pleno emprego"? "Controlo dos trabalhadores sobre transparência da gestão das empresas"? Onde já vi eu esse filme? E não acabou mal?

quarta-feira, junho 09, 2004

1944 (x)

Em carta datada de 8 de Junho, Montgomery escreve ao seu amigo General Dempsey, a quem trata familiarmente por Simbo, uma carta à qual acrescenta um post scriptum:
"PS The country here is very nice; greeen fields, very good crops; plenty of vegetables; cows and catle; chickens, ducks, etc. The few civilians there are appear well fed, the children look healthy, people have good boots (*) and clothing."
Noutra carta, dirigida ao filho David, datada de 12 de Junho, escreve:
"The french civilians in Normandy do not look in the least depressed; there is plenty of food, plenty of vegetables, cows, milk, cheeses, and very good crops."
Mais à frente (numa alusão ao seu — forçado — anfitrião, o marquês de Creullet, coronel do exército na Primeira Guerra, germanófilo, que inquirido sobre quem gostaria de ver a dirigir a França depois da Guerra, respondera "Pétain!", e em cuja propriedade Montgomery instalara o seu Quartel General) interroga-se se os franceses quereriam mesmo ser libertados...

Tanto aparente bem estar, em tempo de ocupação, certamente contrastava, aos olhos de Montgomery, com a economia espartana e as condições de vida que conhecia ao tempo a população inglesa.

(*) Curiosa coincidência, esta referência ao calçado; Rommel levara, como prenda de aniversário para a mulher, precisamente um par de sapatos adquirido em Paris

segunda-feira, junho 07, 2004

1944/1984/2004

Ronald Reagan's "D-Day" Memorial Speech
June 6, 1984
Remarks to Veterans at U.S. Ranger Monument, Pointe du Hoc, France


domingo, junho 06, 2004

1944 (ix)

Na Sky News, um veterano pára-quedista da 6th Airborne Division e que em 1944 participou na tomada da ponte Pegasus, termina assim o seu discurso, a propósito da visita que fará hoje ao cemitério onde repousam os restos mortais dos seus camaradas de armas de então:
"After all, we've had another sixty years of life..."


sábado, junho 05, 2004

1944 (viii)

Após a decisão de realizar o desembarque a 6, Eisenhower escreve um comunicado a ser difundido em caso de fracasso:

"Our landings in the Cherbourg-Havre area have failed to gain a satisfactory foothold and the troops have been withdrawn. This particular operation"... neste ponto risca as palavras "have been withdrawn. This particular operation", insere "I have withdrawn" antes de "the troops" e continua "My decision to attack at this time and place"...

No texto final do comunicado, felizmente desnecessário, lê-se:
Our landings in the Cherbourg-Havre area have failed to gain a satisfactory foothold and I have withdrawn the troops. My decision to attack at this time and place was based upon the best information available. The troops, the air and the Navy did all that Bravery and devotion to duty could do. If any blame or fault attaches to the attempt it is mine alone. July 5.
A data escrita no rascunho é mesmo 5 de Julho. Um fac-simile do manuscrito, em formato pdf, pode ser visto aqui.

1944 (vii)

O já de si mau tempo no Canal da Mancha piorou ao longo de todo o dia 4. Na sua reunião com o SHAEF (Supreme Headquarters, Allied Expeditionary Force) às 2100 horas, Stagg comunica a sua previsão meteorológica: após a passagem da actual frente, daí a umas 24 horas, seguir-se-ia um breve período de tempo razoável, moderadamente nublado e com vento fraco, que se manteria até à noite de 6 de Junho.

Na reunião seguinte, que teve lugar às 0400 horas de 5 de Junho em Southwick House, para tomada de uma decisão definitiva, Stagg apresenta uma previsão um pouco mais optimista: o tempo irá melhorar a partir da tarde desse mesmo dia e assim se irá manter até ao final do dia 7.

Eisenhower encerra a questão: "We'll go." O Dia D será 6 de Junho.

...

Na noite de 4 para 5 de Junho o mini-submarino X23, que pode hoje ser visto no Royal Navy Submarine Museum em Gosport, afasta-se do fundo do Canal, onde repousa à perto de 24 horas, em direcção à superfície. Jim Booth, COPP (Combined Operations Pilotage Parties) Sub-Lieutenant, está abordo:
"[We] lay on the bottom all that night [3 June] and the next day, ready to come up and put out the beacon on the night of 4/5th. When we came up we got the message that the invasion had gone back 24 hours, so down we went again."
...

As previsões de muito mau tempo no Canal persuadiram Rommel a correr o risco de se afastar por uns dias e a dirigir-se a casa, no Sul da Alemanha. Para além de pretender aproveitar a ocasião para se encontrar pessoalmente com Hitler, em Berchtesgaden, para resolver a questão do comando das forças Panzer estacionadas no Norte da França, queria passar o quinquagésimo aniversário da mulher, Lucie, junto da família.

Às primeiras horas de 5 de Junho, quando do outro lado do canal se decide o desembarque para o dia seguinte, Rommel deixa Paris. Na mala, a sua prenda para Lucie — um magnífico para de sapatos adquiridos na capital francesa...

Nota: Já depois de ter afixado este post verifiquei que o mini-submarino em exibição no Submarine Museum não é o X23, mas o X24, não se tratando pois do submarino de cuja tripulação Booth fazia parte

sexta-feira, junho 04, 2004

1944 (vi)

A 3 de Junho, Hitler autoriza o Field Marshal Albert Kesselring a retirar as suas tropas de Roma. No dia seguinte, 4 de Junho, as tropas Americanas, sob o comando do General Mark Clark (15th Army Group) ocupam a cidade.

Clark, a quem Churchill apelidava de "American Eagle" entrará em Roma a 5:
"There were gay crowds in the streets, many of them waving flags, as our infantry marched through the capital. Flowers were stuck in the muzzles of the soldiers’ rifles and of guns on the tanks. Many Romans seemed to be on the verge of hysteria in their enthusiasm for the American troops."
O 15th Army Group deve ter sido o corpo militar mais heterogéneo da guerra, incluindo nacionais americanos, ingleses, canadianos, italianos, franceses, polacos, neo-zelandeses, brasileiros, africanos de várias origens e palestinianos.

GU-TE-RRES! GU-teeee... GON-DO-MAR! GON-DO-MAR!

Em reportagem ouvida esta manhã na TSF, pergunta Valentim Loure..., perdão, Sousa Franco às suas entusiasmadas hostes de apoio:
"Quem é responsável por este défice de falta de emprego? Quem é responsável por este défice de falta de crescimento? Quem é responsável por este défice de falta de confiança?"
"Défice de falta"???

Heterónimo pós-moderno

Ignazio Ramonet, sobre quem o Jaquinzinhos tanto tem escrito nos últimos dois dias (ler aqui e aqui) não é senão um heterónimo do pós-moderno Boaventura de Sousa Santos.

1944 (v)

Às 0400 horas de 4 de Junho Eisenhower, Montgomery, Tedder e o meteorologista Capitão Stagg, entre outros, iniciam em Southwick House uma reunião onde se vai decidir se o desembarque na Normandia se vai efectivamente realizar na madrugada de 5, conforme planeado, ou se vai ser adiado.

A previsão meteorológica apresentada por Stagg para os dias 4, 5 e 6 não podia ser pior para o desembarque — continuação do mau tempo, ventos fortes, nuvens baixas.

Ao amanhecer, Eisenhower decide, contra o voto de Montgomery, adiar o desembarque por 24 horas, para a madrugada de dia 6.

Por esta hora havia um grupo de navios, a Force U2, a caminho de "Utah". O contacto via rádio com este grupo é impossível, pelo que são enviados destroyers no seu encalço para os fazer voltar para trás, o que virá a acontecer já bem perto da costa francesa.

Entretanto, forçosamente alheia de tudo isto, a tripulação de um mini-submarino X-23 aguarda, pousada no fundo do Canal, frente à praia "Sword", para onde foi rebocada por um submarino durante a noite de 3, pela chegada da noite de 4 para 5. A sua missão é colocar um rádio-farol num bote, que assinalará aos navios de transporte o extremo nascente da zona de desembarque "Sword" (Ouistreham).

quinta-feira, junho 03, 2004

Esbelta Patch

Seis da tarde, canal Viver (dezoito, para os amigos).

Carlos Castro "entrevista" José Castelo Branco e Betty Grafstein em sua casa — deles.

JCB foi, se bem se recordam, uma descoberta de Bruno Nogueira, "actor, humorista e apresentador de televisão, [...] uma das caras mais conhecidas da stand-up comedy nacional", que, infelizmente, parece não ter sido convidado a estar presente neste grande momento de televisão

JCB disserta sobre "jet set", sobre o "gentlemanship" do Guilherme e a forma como trata a "Tia" Betty, sobre jantares com amigos e sobre festas que são "mais business" e muitas vezes sem amigos. Diz ele que agora não é tanto "marchand", porque nem tem um espaço. Agora é mais "curator". Enquanto isto, Betty dormita no sofá, visivelmente alheia do facto de que está a ser filmada; o assunto não lhe deve interessar de todo.

O programa chega ao fim e Carlos Castro exibe uma expressão de completa felicidade e satisfação. A sua "partenaire" não exibe nada, porque se trata de um programa sério. Nem sequer uma expressão...

E Esbelta Patch, o quê é que faz no título do post? Esbelta Patch é um adesivo que emagrece quem o usa. O anúncio, que passa no intervalo do programa do Carlos Castor, todo dobrado por espanhóis a falar português, é absolutamente hilariante!

1944 (iv)

Uma das questões acordadas na conferência de Teerão foi que a União Soviética lançaria uma ofensiva coordenada com o desembarque e subsequentes operações na Normandia.

Peter Earle, Assistente Militar do General Archibald Nye, VCIGS (Vice Chief of the Imperial General Staff), escrevia no seu diário, no dia 3 de Junho:
"It is interesting to note that at D minus 2 we know not one thing of Russian intentions, where and when and how great a strength their offensive will take place. [Hitler's staff] has given priority to the West and are prepared to lose ground in the East, in order to throw us into the sea in the West. Hitler told the Japanese Ambassador this. It will be a grim battle, leading, I think, to the disintegration of German forces next February."


quarta-feira, junho 02, 2004

Memorial Day

O Memorial Day já lá vai, mas é gente e gestos destes que faz uma boa parte dos US of A que lembro.

Nota: O link original para o post 'Memorial Day' levava a uma página de arquivo que não aparecia como deve de ser no monitor. Alterei-o para a página principal do blog onde, de qualquer forma, o post, datado de 31 de Maio, pode ser lido em condições.
"In North America the black bear was seen by [Samuel] Hearne swimming for hours with widely open mouth, thus catching, like a whale, insects in the water. Even in so extreme a case as this, if the supply of insects were constant, and if better adapted competitors did not already exist in the country, I can see no difficulty in a race of bears being rendered, by natural selection, more and more aquatic in their structure and habits, with larger and larger mouths, till a creature was produced as monstrous as a whale."
Darwin, Charles; "The Origin of Species by Means of Natural Selection" (On the origin and transitions of organic beings with peculiar habits and structure)