quinta-feira, maio 06, 2004
Polícias de passeata
Na edição de ontem dos "Cromos TSF", José Pedro Gomes relata-nos a sua descoberta de que os polícias, pelo menos em Lisboa, são-no, na sua maioria, "de passeata".
Ao ouvi-lo lembrei-me de um pequeno incidente que presenciei, por alturas do Verão passado.
Seriam uma dez e picos da manhã, na Baixa, num dos cruzamentos da Rua do Ouro, perto já do Terreiro do Paço.
No meio da rua, um homem, exibindo evidentes sinais exteriores de perturbação mental, roupas sujas, cabelo, barba e tudo o resto clamando por uma boa barrela, pontapeava o ar, enquanto os condutores dos carros que na altura por ali circulavam exerciam os seus dotes de encartados para contornar o animado obstáculo sem causar danos — principalmente às suas adoradas viaturas, presumo.
Eis senão quando se aproxima uma viatura da PSP, descendo a rua, que, por força do semáforo agora vermelho, pára a escassos dois ou três metros do homem. Iam certamente fazer qualquer coisa. Tirar o homem do meio da rua, acalmá-lo, chamar uma ambulância que o levasse para onde um médico lhe pudesse prestar a assistência médica especializada de que evidentemente carecia. Qualquer coisa, menos o que fizeram.
Continuaram, todos os três, muito confortavelmente sentadinhos no carro, apreciando o espectáculo e rindo do homem, que entretanto transferira os pontapés do ar para uma papeleira...
Ao ouvi-lo lembrei-me de um pequeno incidente que presenciei, por alturas do Verão passado.
Seriam uma dez e picos da manhã, na Baixa, num dos cruzamentos da Rua do Ouro, perto já do Terreiro do Paço.
No meio da rua, um homem, exibindo evidentes sinais exteriores de perturbação mental, roupas sujas, cabelo, barba e tudo o resto clamando por uma boa barrela, pontapeava o ar, enquanto os condutores dos carros que na altura por ali circulavam exerciam os seus dotes de encartados para contornar o animado obstáculo sem causar danos — principalmente às suas adoradas viaturas, presumo.
Eis senão quando se aproxima uma viatura da PSP, descendo a rua, que, por força do semáforo agora vermelho, pára a escassos dois ou três metros do homem. Iam certamente fazer qualquer coisa. Tirar o homem do meio da rua, acalmá-lo, chamar uma ambulância que o levasse para onde um médico lhe pudesse prestar a assistência médica especializada de que evidentemente carecia. Qualquer coisa, menos o que fizeram.
Continuaram, todos os três, muito confortavelmente sentadinhos no carro, apreciando o espectáculo e rindo do homem, que entretanto transferira os pontapés do ar para uma papeleira...